No papel, todo leite captado é igual. Mas na prática, há produtores que somam valor, e outros que drenam margem.

Laticínios que querem crescer com resultado não podem mais operar no escuro. É preciso saber quem entrega constância, qualidade e volume com potencial de evolução, e quem não acompanha mais o ritmo.

Esse tipo de análise, muitas vezes, não é feita. A indústria se concentra em aumentar volume, mas deixa de lado a seleção estratégica da base produtora. E o resultado é um mix mal distribuído: produtores de baixo desempenho ocupando espaço que poderia ser direcionado a fornecedores mais técnicos, mais consistentes, mais comprometidos com metas.

Nem todo litro vale o mesmo. Leite com alto teor de sólidos, baixa CCS e entrega regular tem destino e preço diferentes daquele com oscilação, risco sanitário e baixa eficiência. E sem organizar essa base produtora, o laticínio perde a chance de transformar leite em margem.

É por isso que o crescimento da captação precisa vir com inteligência. Não basta crescer. É preciso crescer com quem acompanha a estratégia da indústria. Com quem entrega valor, e não só volume.

Publicado em: 02/07/2025